sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Portas


Portas são poços horizontais onde correm rios de foz indefinida. São lupas de horizontes, auto-estradas de ventos cortantes, umas enganam, outras nos desenganam. Um portal de cristal nem sempre é mais confiável do que a entrada duma gruta. Num portal de cristal podemos encontrar ouro que se desfaz em cinza, e numa gruta um morcego de ouro. Aprecio casas com muitas portas, mesmo que algumas delas permaneçam fechadas. Muitas portas abertas originam correntes de ar, e os homens não sabem falar com o vento. Ocorre-me citar Bob Dylan numa das suas muitas “divagações”: “The answer, my friend, is blowing in the Wind”. A solução do enigma das nossas vidas passa pela velha questão do meio termo, entre a humildade e a ambição, entre uma corrente tempestuosa e uma brisa, entre o saber esperar e a curiosidade incontrolada. A resposta por detrás de cada porta é aquela que nós, consciente ou inconscientemente construímos.


Texto: Carlos Rodrigues

Foto: Carlos Rodrigues

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sem Titulo.Jpg

Por vezes sinto todo o corpo suspenso numa alma de metal oscilante e voo enquanto o mundo olha para mim. Mas o que é isso?! Nada. É diferente sentir as mãos de alguém tocar as minhas, o coração aquece, o tempo pára e nesse instante voo sobre o momento, e o espaço encurta enquanto dois corpos se fundem e se transformam no encanto que designamos por amor. O amor é um circo com dois trapezistas. As mãos que se tocam no ar aquecem com os aplausos forçados vindos de uma plateia desatenta. (…)


(…) Em torno da tenda havia várias jaulas cobertas por farrapos meio rasgados e cerca de uma dezena de roulottes onde se iam extinguindo os últimos sinais do dia. (…)


(…) Havia quem palavreasse aquele lugar como o “recanto do sonho” e simultaneamente a “pradaria da miséria”, contudo todos lá iam, quanto mais não fosse para fugir á vida costumeira daquelas terras.


(...)Maria* e Manel* mantinham-se acordados todas as noites, porque não precisavam de motivo para estarem juntos. Eles eram o motivo, os dois: um motivo apenas. Tinham ambos dez anos, e outros tantos de convivência. O tempo tornou-os inseparáveis, amigos fiéis, irmãos verdadeiros e apaixonados degenerados (…)


(…) - Acreditas nas estrelas? – Perguntou Maria com curiosidade
- Acredito naquilo que vejo – Respondeu Manel sem desviar o olhar do céu
- Mas acreditar não é confiar – desafiou Maria
- Bem sei, hoje as estrelas estão lá, amanhã lá estarão, contudo se uma nuvem as esconder, não as poderei ver – desabafou Manel
- E então não podes contar com elas… - Completou Maria
Manel desviou o olhar das estrelas e contemplou o brilho dos olhos de Maria durante escassos segundos, suficientes para perceber o pedido que lhe havia sido feito. Manel abraçou-a com um afecto que não dispensava a força e o carinho, mas acima de tudo esse abraço abarcava inocência.

(…) - Um dia vou construir-te um trapézio nas nuvens...(…)


*Nomes provisórios
Excertos de Trapézio
Carlos Rodrigues

sábado, 26 de julho de 2008

Quadrado de Três Lados


Tling Tlong


- Quem é?!


- O inabilitado


Na casa do sábio nunca alguém tinha entrado. Abriu a porta e viu o inabilitado. Jamais pensou conhecer uma pessoa assim. Parecia-se com algo entre o vento e um circo de rua. Vestia um número excessivo de cores transparentes e calçava uma conta de subtrair mal somada. O sábio sorriu e chorou durante os séculos repentinos em que se abraçou ao inabilitado. Esquecera por momentos a ciência e sentiu o coração aquecer. Foi atravessado por uma sensação de equilibrio que oscilava entre uma lufada de ar fresco e a gargalhada um palhaço doido.


- Bem-Vindo à minha nobre casa. Disse ao Inabilitado


- Vai desejar tomar um pouco da origem do universo ou da lei da gravidade?!


- Se me pudesse servir um quadrado de três lados...por favor. Pediu o Inabilitado


- Peço desculpa mas só tenho quadrados de quatro lados. Lamentou-se o sábio


O inabilitado tirou do 17º bolso das suas calças a contar de cima para o cimo, uma saqueta de Quadrados light.


- Experimenta. Desafiou o Inabilitado


Foi a melhor coisa que o sábio provou em toda a sua vida. Nunca negou que fora um ignorante a dar-lhe aquilo que nunca tinha tido antes...


Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues



sábado, 12 de julho de 2008

Bloody Spaghetti

Estacionaram ali perto os seus carros. Don Paco chegara no seu Fleetwood Cadillac, enquanto Morello conduzira até ali o seu modesto Ford T. Tinham combinado o acerto final de um acordo para a 1hora da manhã, perto de um motel da periferia.
Don Paco, anos de obesidade e pequenez à frente de uma família siciliana, vestia com requinte e mestria, calça vincada, camisa branca, gravata encarnada, gabardine e casaco longos em tons de castanho-escuro. Nascera em Palermo, Itália, contudo emigrara para os EUA com os seus pais em busca do sonho americano. Alguns anos mais tarde encontrou ambos mortos na mesa onde habitualmente tomava o pequeno-almoço. Os dois tiros de Shotgun ensanguentaram a tigela que costumava encher de leite. Não chorou, jamais na sua vida. Nunca pensou em vingança, sempre apreciara matar sem motivo. Pegou na boina e na sacola, saiu para a rua e foi pedir esmola para o mercado. Algum tempo depois cometeu alguns crimes de bairro, depois vagueou pela cidade de Chicago à procura de oportunidades, tornou-se conhecido, temido e servido por muitos. “A tua honra é o que te faz ver”, foi o conselho dado por um Don para quem trabalhara no tráfico de narcóticos. A sua última visão perfeita foi a de uma faca afiada que lhe arrancou um olho. Desvalorizou o que sucedera e tornou-se naquilo que sempre sonhara, “Um verdadeiro Mafioso”. Construiu matrimónio com Bella, Mulher italiana de grandes encantos.
Morello era alto, vestia camisa e calças simples, era um simples Delivery Boy de uma família que dominava o lado oposto da cidade. Naquela noite nada mais queria do que receber o pagamento por um crime que havia cometido. Manipulável, rude, sem orgulho e inseguro, eis as suas maiores virtudes. Resumindo, era um bastardo qualquer. Tinha o desprezível vício de remexer um palito entre os dentes.
Vincenzo adorava o cheiro das balas disparadas e os movimentos de corpos à beira da morte. Passeava elegância e era dono de uns diabólicos olhos claros. Trabalhava para o seu Godfather (Don Paco) há largos anos. Naquele momento certificava-se que a sua Colt 1911 estava carregada e preparava-se para fazer jorrar sangue. Vincenzo não tinha escrúpulos, se lhe ordenassem que matasse um politico, ele mataria todos os elementos de um congresso. Contudo, para essa noite as ordens eram claras: Don Paco entregaria a mala negra com 1000 Dólares a Morello, e nesse momento Vincenzo iria satisfazer a sua vontade louca de matar.
Propagaram-se pelas ruas os passos de Don Paco e Morello numa noite fria e vazia. Cumprimentaram-se e trocaram algumas palavras. Don Paco acendeu um luxuoso charuto cubano. Morello não conseguia desviar o olhar da mala negra, o som do charuto a queimar incendiava as suas veias, pingas de suor escorriam-lhe apesar da baixa temperatura atmosférica. O palito que sobressaia nos lábios nunca se havia revirado tanto. Don Paco, frio, mantinha o tom de voz forte e seguro.
Alguns minutos passaram até que Don Paco entregou a mala negra a Morello. Ouviu-se um disparo vindo detrás de Morello.
Morello caiu na direcção do prestigiado chefe de família e com o palito que revolteava entre os dentes cegou-o por completo.
Morello morreu sem glória, Don Paco perdeu a pouca honra que lhe restava e jamais voltou a ver dinheiro. Vincenzo limpou a arma, pegou na mala, e com o dinheiro viajou para New York. Vincenzo tirava o chapéu e ajoelhava-se cada vez que entrava numa igreja...


Texto: Carlos Rodrigues

domingo, 22 de junho de 2008

Jeito


São 02:22 da manhã e estava a preparar-me para dormir quando começo a descortinar em novas formas de tirar algumas fotografias. Hmmm fotografia! É um sonho, assim muito distante, que guardo de um dia poder ser foto jornalista. Não tenho uma grande máquina, nem tiro as melhores fotografias do mundo, não são perfeitas e nem super bem manipuladas, mas chega-me aquele bichinho, aquele vício de fotografar tudo o que se move e não só. Quando era mais nova pensava, “não tenho jeito para desenhar, não tenho jeito para cantar, não tenho jeito para o futebol, não tenho jeito para trabalhos manuais”. Agora posso dizer que, apesar de não ser muito, tenho jeito para fotografar. Aquele dom de guardar em papel aquilo que por vezes a memória não consegue reter.
Nem tudo sai como nós queremos, nem tão pouco vou ser uma grande fotógrafa, mas o facto de poder gravar segundo a segundo um acontecimento significante ou insignificante, faz-me sentir bem. Quando uma foto sai melhor do que todas as outras, contemplo-a vezes sem conta com aquele brilhozinho nos olhos e penso “fui eu”.
É arte, é vida, é paixão. Se pudesse gravava todos os segundos da minha vida com a minha máquina fotográfica. Até lá guardo todas as que tenho, nas paredes, nas mesas, nas molduras, nos quadros…
A fotografia faz parte de mim, é um bocadinho daquilo que sou.


“Não fazemos uma foto apenas com uma câmara, no acto de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos.” Ansel Adams


Foto: Cláudia Silva

Texto: Cláudia Silva

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Folhas Rasgadas


Dado um egoísmo instintivo de partilha de ideias resolvi cair numa introspecção de questões como: serei tamanho egoísta que temo as páginas em que escrevo? Mais que isso, poderão elas plagiar a minha mente? Mais ainda, será que elas me agradecem a dedicação de dias a fio, de toques suaves e tintas distintas de tinteiros de intuitos intelectuais? Ou serão as minhas páginas redes que tentam prender cada grão de areia, e desprendem-se tanto de mim como dos outros? Serão páginas em branco ou páginas quadriculadas de fracções de emoções manipuladas por matemáticos, esses egocêntricos exacerbados? Nasce em mim a doentia vontade de escrever nas palmas das minhas mãos, pelo menos o suor que apaga cada inscrição, é reflexo de uma alma evocada e vivida que se refresca do calor da vida.

Texto: Carlos Rodrigues

sábado, 10 de maio de 2008

I Get Around


“My buddies and me are getting real well known Yeah, the bad guys know us and they leave us alone...”
Brian, Eddy e Frank repetiam cada palavra cantada por Mike Love. Era apenas mais um dia de Verão californiano, mas eles mais do que ninguém encaravam-no como se fosse o último. Ansiavam pelo momento em que chegariam à praia. Até lá falavam das raparigas que esperavam conhecer, Riam descontrolados e tentavam desconcertar Frank enquanto este conduzia.
Deixaram o carro no cimo de uma falésia e dali ficaram a observar a praia durante largos segundos. Tal como acontecia todos os dias, milhares de pessoas pisavam a areia, ouviam-se enormes gargalhadas, o tac-toc das raquetes e a fúria profunda das ondas que rebentavam.
De olhos regalados os três olhavam as raparigas douradas, de corpos semi-desnudos num horizonte de sonhos e acordes de guitarra. Embalados pela serenata do Verão desceram a ravina correndo desalmadamente.
Nenhum deles gostava de permanecer estático numa toalha. Apreciavam mais o contraste entre o fogo da areia e a frescura pura da água do mar. Passaram por uma cabana feita de madeira de onde levaram pranchas de surf. Com elas debaixo dos braços como se de relíquias se tratassem, correram na direcção das ondas monstruosas e transformaram-nas em estradas de paixões amestradas.
Foi com um enorme abraço de pingas transparentes que os três comemoraram a sua vitória sobre o imenso oceano.
O pôr-do-sol foi o cenário de fundo para um jogo de Volleyball, com mergulhos na areia e impulsos em Slow Motion, de tempos parados e preocupações esquecidas. Uma bola perdida parou em frente a três raparigas que cochichavam enquanto bebiam Coca Cola num pequeno bar de praia. Brian baixou-se para apanhar a bola e sorriu-lhes de baixo para cima.
A noite passou-se nas dunas com seis adolescentes, em torno de uma fogueira, bebendo cerveja e olhando as estrelas. Cada corda de viola embalou o mar e este dormiu feliz.

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Phantom


Não está lá mas eu vi-o...falou-me sobre o futuro. Tudo aquilo que dizia não fazia sentido, até dizer que o espaço e o tempo eram reais. Por momentos nao me senti ali, era outra pessoa que ouvia aqueles ecos. Parecia que o meu subconsciente se tinha deslocado do meu corpo. Talvez fantasia ou realidade mas disse-me aquilo que não queria ouvir. Que um dia tudo terminaria. Só tinha que tomar decisões e atitudes que me tornassem imortal no tempo e não no espaço, porque até um simples sorriso pode fazer mudanças radicais. É como o bater das asas de uma borboleta, pode provocar grandes danos.
Tudo aquilo que poderia fazer afectaria aqueles de quem mais gostava, mas sobretudo àqueles que nem imaginava que existiam. Então explicou-me que os sorrisos, as lágrimas, as gargalhadas, os gritos de alegria e tristeza, os saltos, a dança, os abraços, têm que ser partilhados até com o ser mais distante. Ensinou-me que até à pessoa que não queremos que entre na nossa vida por vezes merece um sorriso nosso. "Sorri para o mundo, para o Céu, para os bichos, para as pedras da calçada, para desconhecidos, até para aqueles de quem gostas menos."
Assim provocaria não um dano, mas daria um segundo diferente na vida de alguém.
Sorriu e desapareceu.
Foto: Cláudia Silva
Texto: Cláudia Silva

sábado, 19 de abril de 2008

O Cego Que Observa o Céu

Era Velho e Cego. Quando comentou de forma destemida que ia escalar aquela montanha, toda a gente o tentou impedir argumentando que era um feito impossível. Falaciosos conselhos que não o impediram de caminhar naquela direcção...
O suor que lhe percorria o rosto dava-lhe mais força para continuar. Nas raras vezes em que o cansaço vencia o seu corpo, ele sentava-se nalguma rocha e acariciava a sua forma. O seu rosto dirigia-se ao céu, não sabia a sua cor mas via-o como ninguém. A brisa que lhe era enviada rasgou-lhe o rosto de rugas durante toda a vida e ele sempre soube agradecer isso.
Enquanto caminhava sentia cada pedra que calcava. Isso acentuava-lhe a dor nos pés mas ao mesmo tempo fazia com que ele tomasse conta da fraqueza das pedras e da sua superioridade sobre elas.
Ouvia os sons da aldeia cada vez mais distantes. Era estranho ouvir a buzina do padeiro e não cheirar o pão matinal. Em vez disso sentia o perfume eterno e envolvente dos pinheiros.
Continuou a subir até sentir que tinha chegado ao cume. Ergueu-se sobre o horizonte de braços abertos e "viu" o mundo como nunca o tinha "visto" antes.
Numa voz rouca e cansada, mas jovem como jamais havia soado, gritou do cimo da montanha:
- Ganho uma vida em cada minuto
O som propagou-se e ecoou num colossal raio de espaços e esperanças. O surdo ouviu, o mudo murmurou o que acabara de ouvir e o coxo perseguiu a origem das palavras até encontrar o velho homem.

Texto: Carlos Rodrigues

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Fósforos...


Vivemos numa caixa de fósforos. Corremos desnorteados lá para fora e o que vemos?
Falsas pessoas com falsos sentimentos. Mostram sorrisos e no fundo preferiam nem ter nascido. Olham-nos de lado como se fossemos seres diferentes. O olhar apreensivo das pessoas assusta-nos já que não somos mais que meros peões manipulados pela sociedade. Sociedade? Marionetas humorísticas, irónicas, cansadas, impacientes, insignificantes, que percorrem direcções erradas sem saber que rumos tomar. O reflexo do espelho nem sempre nos dá aquilo que queremos.
Olhamos para outro lado e vemos a coisa mais simples da vida. Um simples abraço, um sorriso conjunto dá-nos aquilo que mais esperamos no fim de um dia, o reconforto de viver. Somos os pequeninos fósforos da caixa à espera de serem acesos. Pequeninos mas significantes na vida de alguém, porque afinal a caixa tem tantos outros pequenos fósforos e não seria uma caixinha sem estes.
Há fósforos bons e outros nem por isso. Apenas temos que saber lidar na caixinha apertada com aqueles que não prestam, porque no fim somos sempre necessários para uma finalidade.
Texto: Cláudia Silva
Foto: Cláudia Silva

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Porquê?! Porque Não! Mas Porque Não?! Não Sei...

“Qual a tua resposta a esta pergunta?”

Foi desta forma objectiva que a questão foi colocada aos leitores. O “Não” ganhou a sondagem obtendo 10 votos (40%). É o processo cognitivo normal, em caso de dúvida reponde-se negativamente.
“Torradeira” foi a resposta dada por 6 pessoas (26%). Acredito que essas pessoas ou gostam muito de torradas ou gostam de dar respostas ridículas a problemáticas sérias, de interesse universal.
Com 5 votos (20%), a resposta “Aristóteles” aparece no 3º lugar. Aqueles que responderam desta forma quiseram armar-se em intelectuais, filósofos ou apaixonados pela Grécia antiga. Ora pois bem, o voto é secreto e a democracia nasceu na Grécia...
“Azul”, a cor do mar, do céu, a cor da melancolia, a cor que está na origem do nome do género musical blues, é igualmente a cor do Futebol Clube do Porto e só assim se pode perceber o porquê de ser a opção menos votada pelos nossos leitores. Recolheu apenas 4 votos (16%). (Desculpem qualquer coisinha, Hehehehe) Mééééééé.
Texto: Carlos Rodrigues

sexta-feira, 4 de abril de 2008

“Os Homens preferem as Loiras”, As Mulheres preferem os Negros…

“Com quem gostarias de ver a Stoned Sheep Contracenar?”
Pela primeira vez na existência deste blog, tivemos uma igualdade entre duas das hipóteses relativamente a esta questão. Marilyn Monroe e Danzel Washington obtiveram 7 votos cada (25%). A academia Stoned Sheep resolveu atribuir o papel a Danzel Washington por duas razões: Em primeiro lugar porque a diva não se encontra em condições para desempenhar o papel, correm até boatos que já morreu, embora na minha modesta opinião ela seja eterna; em segundo lugar porque os argumentistas querem dar uma vertente romântica à obra e afirmam que não estão interessados numa relação lésbica. Portanto, Danzel Washington é o escolhido para contracenar com a Stoned Sheep. Finalmente vamos ver uma interacção entre a ovelha branca e uma das ovelhas negras de Hollywood.
Marlon Brando com 6 votos (21%) foi a terceira escolha dos nossos assíduos leitores. “I’m going to make him an offer he can’t refuse” não foi proposta suficiente para convencer os cibernautas, que podem começar a temer a vingança do maior dos Corleone.
Meg Ryan recolheu recolheu 5 votos (17%) e pode continuar a sonhar com papéis nos quais ela é o mais adorável do anjos.
O britânico Jude Law não foi além dos 3 votos (10%) o que revela que andar a mostrar a pila em público é uma estratégia de persuasão que já não resulta nos nossos tempos.
Quem se deve reformar com a máxima urgência é Meryl Strip. A actriz obteve um número vertiginoso de votos, ou seja, nenhum. O nosso conselho é a ela aproveite “as horas”, mas também cada minuto e cada segundo da sua vida para se dedicar aos seus netinhos, se é que os tem.
Faltam poucos Dias para o final da sondagem desta semana “Qual a tua resposta a esta pergunta?”, Apressem-se a votar ;)

Texto: Carlos Rodrigues

Finding Neverland


Nunca o vi vaguear de dia, como vagueou por todas aquelas noites...


Como acontecia todas as noites, saiu á socapa, pelas traseiras de sua casa. Os meus olhos seguiam-no da varanda com curiosidade. Nunca lhe havia conhecido o rosto, nunca lhe havia vislumbrado a cor do olhar. A sua boina sombreava-lhe todas as feições que nunca passaram de um enigma indesvendável para mim. Deslizou sobre o solo até pegar na sua velha bicicleta negra. Vi-o desaparecer na penumbra depois de ouvir o rangido do portão.
Desci as escadas com a respiração acelerada e abri a porta. Avistei-o no fim da rua, andando ao lado da bicicleta. Decidi segui-lo. Ouvia o som dos meus passos que tanto me esforçava para disfarçar e o meu coração que parecia querer saltar do peito. Andei durante minutos que me pareceram horas, até que ele parou em frente ao muro de um cemitério. Levantou-se um nevoeiro que me serviu de camuflagem gélida e petrificante.
O que se passou a seguir ficou-me na memória para sempre. Vi-o saltar o muro e aproximei-me do portão para espreitar. Foi então que ele tirou do bolso algumas sementes que atirou ao ar e imediatamente se espalharam por aquelas terras.
Num curto espaço de tempo os sepulcros desapareceram e deram lugar a um prado pintado por papoilas e malmequeres, a noite virou dia de céu azul e o tormento dos defuntos tornou-se a felicidade estonteante de borboletas e pássaros que giravam em torno da cabeça do velho homem.
Nessa Noite finalmente o reconheci, era Ninguém.

Texto:Carlos Rodrigues
Foto: Cláudia Silva

Chuva "Molha Parvos"!


Apetece-me hoje falar em meteorologia. Preocupa-me saber que há quem transforme dias de sol em dias de chuva, e mais do que isso, reparar que por vezes se usam chapéus-de-chuva para evitar o sol. A minha sugestão passa por desmistificar esta questão que tem mais de ideológico do que parece. Em dias de tempestade os chapéus-de-chuva são completamente inúteis, o vento os levará mais cedo ou mais tarde; em dias de chuva oferecem-nos uma falsa ajuda, temos a mania de dizer que nos protegem, que nos mantêm secos, quando a verdadeira protecção passa pela apropriação àquilo que é natural. Como queremos criar uma fortaleza sem acarretar com as pedras?
Pode ser maravilhoso o sentimento de liberdade, Amar ou simplesmente passar um dia “singing in the rain”, porque nem só os dias de sol são dias favoráveis. Se queremos valorizar a nossa vida, torna-se importante, quiçá urgente aproveitar cada um destes momentos, porque algumas gotas de água escorrendo num rosto molhado podem ser tão ou mais reconfortantes do que um raio de sol.
Um dia poderemos mesmo precisar de chapéus-de-chuva, então o melhor é guardá-los para essa ocasião e não os desgastar. Até lá o melhor que temos a fazer é deixar de lado a nossa tendência para dramatizar ou fazer “tempestades em copos de água”, como queiram. As verdadeiras tempestades são aquelas que para além de nos levarem o chapéu-de-chuva, nos levam um pouco da alma. E, numa dessas situações não nos queixaremos que ficámos só com as varetas na mão, ostentando um sorriso trocista.

Texto:Carlos Rodrigues
Foto:Carlos Rodrigues

segunda-feira, 31 de março de 2008

Our Wonder Moon


Rodeamos uma fogueira que nos ilumina os rostos. Conversamos, Rimos, Choramos, Gritamos, Discutimos, saltamos … Somos felizes porque sabemos que em torno daquela fogueira há pessoas de quem gostamos, que transformam momentos simples em momentos das nossas vidas. Sabemos que a fogueira estará lá, quer faça frio, quer faça sol e não nos importamos daquilo que se passa lá fora, daquilo que dizem, porque enquanto cantarmos em uníssono a lua brilhará para nós. E tenho a certeza que nos juntaremos em torno da fogueira mais vezes, porque a chama da amizade não se apaga, e brindaremos a ela cada vez que nos lembrarmos que a lua é maravilhosa quando a olhamos todos juntos. Cada vez que recordarmos os velhos tempos, saberemos como é eterno o lema “Festa, Amigos e Tradição”.

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

sexta-feira, 28 de março de 2008

Stoned Jack Daniel´s Tennessee Whiskey!

"Em qual destes rótulos gostarias de ver aplicada a Urina da Stoned Sheep?"

A pergunta era difícil, e a sua resposta de uma grande responsabilidade.
39 % (13 votos) dos “stoned” cibernautas apontaram o whiskey Jack Daniel´s como o produto merecedor de conter a rica substância. Recebemos informações que a destilaria americana já trabalha em prol deste objectivo, e pretende clonar a nossa ovelha para que possa criar um "império" constituído por rebanhos.

Óleo Fula com 27% (9 votos), Cerveja Super Bock 21% (7 votos) e Azeite Galo 12 % (4 votos) foram as marcas vencidas nesta decisão de escala planetária. Conseguimos recolher algumas declarações dos directores de Marketing de cada uma destas empresas:

Representante “Fula”: Foi uma “filha da putice” anunciarem os resultados a uma sexta-feira, só para nos “achincalhar”. Eu bato em alguém!

Representante Super Bock: Provavelmente não temos a melhor cerveja do mundo…Glup…mas há 6 milhões de adeptos em Portugal…Glup…mais uns quantos espalhados pelo mundo… (Vomita) …Deixem jogar o Mantorras!

Representante Azeite Galo: Fale ali com a minha “Maria” que ela é que percebe dessas coisas. Disse-nos enquanto trepava uma oliveira em ceroulas.

Não se esqueçam de votar na sondagem desta semana “Com quem gostarias de ver a Stoned Sheep contracenar?” Nesta Academia também tu tens voto ; )

Texto: Carlos Rodrigues

quarta-feira, 26 de março de 2008

A Ovelha não conhece os seus "Cascos"!


Lia uma peça inglesa no banco de jardim habitual. Entre Risos e Sorrisos, chamamentos e despedidas, ouvia os sons sem perceber o seu sentido e a localização dos seus propagadores. Senti um puxão nas minhas jeans. Olhei por cima do meu pequeno livro e observei um miúdo que não teria mais de 4 anos. Era excessivamente magro, ostentava um rosto pálido e tímido, pintado com sardas, um cabelo castanho bem penteado e uns olhos orbitais enormes. Segurava nas mãos uma girafa feita de madeira e pintada com cores articuladas.
- Brinca Comigo! Suplica-me
Apanhado de surpresa, tentei mostrar-me indiferente. O miúdo pareceu não ficar incomodado, ajoelhou-se na relva e passeou a girafa pela savana improvisada. Não consegui desviar o olhar e continuei a observá-lo enquanto ele movia a girafa de uma forma gentil e empenhada. Vi-lhe um sorriso numa configuração facial bastante complexa e sensorial mas voltei a centrar a minha atenção nas páginas e “escrevi” um pensamento que variava entre a concentração e a estranheza.
-Quero que brinques comigo. Exigiu
A arrogância com que se dirigiu a mim, fez-me pousar o livro e olhá-lo de frente. O sorriso tinha-se desvanecido e deu lugar a lábios cerrados. O seu olhar era ameaçador e psicopático. Perante a minha incredibilidade voltou a levantar-se, pegou na girafa e atirou-a contra o chão. Entre estilhaços coloridos conseguia sentir o seu sentimento de satisfação. Recolheu cada pedaço do brinquedo e enterrou a sua memória. Ocorreu-me pensar em esquizofrenia. Só podia ser. A mudança súbita de comportamento não podia ter outra explicação possível. Senti novo puxão na parte de trás da minha camisola. E olhei para trás….
-Eu não fiquei triste por não brincares comigo. Ouvi uma voz leve
Olhei para trás e vi outro miúdo igual ao que havia enterrado a girafa. Voltei a olhar para a frente e lá estava ele. Eram dois. Senti-me ridículo e ingénuo. Porque não tinha pensado nisso? Brincavam agora os dois em harmonia à minha frente. Estranhei a alteração de comportamento do miúdo que tinha sido desagradável alguns minutos antes. Reparei que a sepultura da girafa tinha desaparecido, e o brinquedo reapareceu ali inteiro como se tivesse sido reconstruído num espaço invisível. Brincaram horas e depois foram-me embora correndo pelo jardim fora, rumando ao sol posto como se fossem apenas um. Fez-se dia, e depois noite, num tempo limitado, num espaço complicado.

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

domingo, 23 de março de 2008

Um Fiel Amigo, Yann Tiersen


O poder da composição musical na composição das nossas vidas e o mergulho sobre a percepção da decomposição de um universo. É assim que me ocorre descrever o mundo mágico criado por Yann Tiersen, constituído de sons, emoções, caminhadas, olhares e objectos requintados. Agradeço todas as horas plenas de introspecção, de phones nos ouvidos, em que quase por instinto me nasceu um sorriso ou correu uma lágrima ao som de piano e acordeão, numa valsa deambulante ou através de um dramatismo estático. Agradeço pela serenidade, pela harmonia, pela ternura, qualidades que são eternas acompanhantes em longas viagens de comboio ou bússolas em ferrovias espirituais. Agradeço pelos conselhos preciosos prestados no escuro, no claro, no frio e no calor. Agradeço cada cor que pintou o meu desenho e cada arrepio que me percorreu corpo e alma por causa de inigualáveis golpes de Mestria. Agradeço poder ouvir, para poder ver e sentir um maravilhoso mundo que tem tanto de utópico como de inspirativo. Não acredito no destino, mas quero acreditar se for tão Fabuloso quanto Tiersen o “descreve”.
Agradeço Cada momento.
Obrigado, Yann Tiersen.

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues


sexta-feira, 21 de março de 2008

Penso, Logo Existo!


Olho o horizonte e dou por mim a pensar: ele existe porque o vejo?
Esta questão desencadeou em mim inúmeras dúvidas.
Será que a porta de nossa casa, onde sonhamos entrar ao fim do dia, existe? Permanece lá enquanto a nossa vista não a pode alcançar?
Como poderemos ter a certeza que não são os nossos olhos que figuram coisas? Será que aquilo que tu vês é o que eu vejo?
Podem até nem fazer sentido algum todas estas questões, mas é como imaginar que a Guerra no Iraque existe, ou mesmo todas aquelas estrelas de cinema. Estão tão distantes da vista que nada parece verdadeiro.
É ridículo pensar que a nossa casa que não vemos durante a semana está lá, estática, à nossa espera. Mas se ninguém a vê, se ninguém a contempla, como tenho provas que ela existe naquele determinado sitio?
Não tenho certezas de nada, apenas tenho momentos de abstracção nos quais só tenho uma certeza, que eu existo.
Costuma-se dizer: “só acredito naquilo que vejo com os meus próprios olhos”. Então quer dizer que não posso acreditar que existiu uma tal de ovelha Dolly, ou que o Presidente John F. Kennedy foi assassinado. Existem imagens, é verdade, mas não serão tudo manobras de diversão?
O texto não parece fazer sentido nenhum, e a esta hora está tudo a dizer que não tenho um palmo de testa. A essas pessoas só digo: “Manobras na Casa Branca” (filme)
Depois o texto fará todo o sentido!
Texto: Cláudia Silva
Foto: Cláudia Silva

quinta-feira, 20 de março de 2008

Actos teatrais, Reinos encantados, Bruxas más...E Ovelhas!


A aparência não engana, eis que nos aparece à frente um mundo de texturas, campos verdejantes, um arco Íris recortado pelas cores do céu e do sol e um Castelo...Whoaw um enorme Castelo!
Pela Corte Real passeia o rei, a sua vida resume-se à caça, à sua poltrona real e às ordens que não variam muito entre mandar decapitar ou enforcar alguém. A sua vida sexual é pouca ou nenhuma, e talvez por isso a rainha tenha sempre aquela cara de enjoada. A rainha geralmente é muda ou fala muito pouco, mas aquilo que diz normalmente é suficiente para percebermos que não sabe mais do que uma criança de 10 anos. Para completar o ambiente familiar, a jovem princesa loira: é burra, estúpida e inocente, mas com pais assim quem não seria? Está prestes a viver o amor da sua vida. A verdade é que ainda não conhece o príncipe, mas já se sente incrivelmente apaixonada. Todos Juntos habitam no Castelo. Tendo em conta a arquitectura, diria que os reis tiveram que hipotecar as Pirâmides do Egipto ou então foram ao BES para o poderem construir.
A narrativa normalmente não é linear, por isso vamos passar à acção do príncipe. Digamos que equivale ao Sex Simbol dos tempos modernos, Desbrava florestas com a sua espada para poder entrar no Reino Encantado, que invariavelmente tem os acessos cortados. Ainda não sabe muito bem porquê mas cavalga naquela direcção. Sonhou, só pode. Mas o que ele não espera é a intervenção da bruxa má, a vaca lá do sítio que não pode ver ninguém feliz. A bruxa nunca ouviu falar da corporacion dermoestetica, veste-se com os cortinados de casa ou com panos de cozinha que encontrou no lixo, a sua voz não disfarça a aguardente que bebe todos os dias pelas 7 da manhã. Ela é o principal entrave ao amor que está prestes a acontecer entre o príncipe e a princesa.
Aparece então uma ovelha que fuma o seu cigarro, deitada na sombra de um sobreiro. Assiste a todo este acto teatral de extrema futilidade. Decide agir em nome da verdade, para extinguir todos os artifícios e fantasias que iludem as pessoas. Vai à tosquia e vende a sua lã. Com os lucros processa a indústria dos sonhos e o Reino Encantado desaparece.

O Arco íris, o Céu e o Sol deixaram de existir. A Ovelha não tinha Lã, Morreu de Frio...
Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

quarta-feira, 19 de março de 2008

Quando é que Fazem Passadeiras para Ovinos?!


Caminho por Mundos vazios
Com Mares de Olhos vendados
Avisto sombras nos olhares,
Arrastos de movimentos sentados.
Vontade absurda de olhar para trás,
Encaro os demónios à minha frente,
Fazendo do futuro meu capataz,
E dos meus sonhos acordo demente.
Se ao Menos vivesse de quimeras
Faria do vento o meu ouro
E do tempo presente, Primaveras
Com um destino vindouro.
Acordo, e consigo compreender
A existência alvoraçada
De guerreiros falhados
Que combatem pelo que não existe,
A Estrada.
Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

Eternal Passion


A paixão é o sonho que convertemos em realidade! Uma paixão nunca é descabida, seja ela qual for. A partir do momento em que considerares uma das tuas paixões ridícula, talvez não a devesses denominar por "paixão" porque nessa situação és tu o ridículo ou simplesmente o cobarde que não assume quem é. Por isso luta pelas tuas paixões, multiplica os teus sonhos e desfruta da tua vida!

Fica o conselho sincero da Stoned Sheep depois de ter fumado 5 charros :P E agora vocês podem argumentar e perguntar á Stoned Sheep "Quem és tu para me dares conselhos?". Ora pois bem, consigo antever uns segundos de alta tensão até ao momento em que a Stoned Sheep quebrará o silêncio com o seu juízo final: "Méééééééééé".

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

terça-feira, 18 de março de 2008

Stoned Sheep deu a volta ao mundo e não precisou de 80 dias

E o inesperado aconteceu.
A ovelha mais importante da história é nem mais nem menos que a nossa querida Stoned Sheep. Com uns arrebatadores 12 votos, Stoned Sheep mostrou que apesar de ser uma noviça nestas andanças, foi a preferência dos nossos queridos cibernautas de todo o mundo.
De seguida, ficou a ovelha naturalizada, a famosa Pantera Cor-de-Rosa com 10 votos. Será que também mudou de sexo? Digamos que isso é um segredo só nosso.
Em terceiro e menos honroso lugar ficou a Ovelha Negra com 5 votos. Acho que o nome diz tudo.
Por fim quem arrecadou os últimos 3 votos foi a Ovelha Dolly. A clonagem já não é o que era, é preferível apostar tudo numa ovelha alucinada; Stoned Sheep “tás cá dentro”.
Assim terminamos o resultado desta sondagem agradecendo às 30 pessoas que tiveram a paciência de votar nesta estúpida sondagem.
Obrigado. Stoned Sheep agradece.
(Em relação à vencedora foi-nos impossível tirar uma foto que expressasse a sua alegria porque estava na Colômbia a analisar a colheita anual. As restantes ovelhas não se mostraram disponíveis e não quiseram ceder-nos a sua imagem. Achamos que estão com remorsos.)
Já agora não se esqueçam de votar na sondagem desta semana, toda ela repleta de extremo interesse!


Texto: Cláudia Silva

Nós, os Assassinos


Existem duas características comuns a todos os indivíduos da nossa sociedade: manipulados e assassinos. Existe o apanágio da denominação “animais racionais”, isto por causa da crença que dita que agimos segundo a nossa razão. Contudo essa razão começa a ser-nos imposta á nascença, imposta pelas leis pelas quais o sujeito se deve reger, ou seja há uma manipulação que nos torna seres que querem que nós sejamos de acordo com a sociedade em que estamos inseridos.
O mundo mergulha no caos, e essa crise deve-se essencialmente às leis e às diferenças existentes entre as sociedades. Até que ponto os valores que nos impõem nos tornam seres como quaisquer outros, que matam para sobreviver? O Caos a que assistimos é semelhante ao Estado Natural de qualquer agrupamento animal, com a agravante de nós podermos afirmar que passámos séculos a construir sociedades para que o resultado da sua organização fosse nulo. A sociedade que nos educa manipula-nos e cria assassinos que educarão outros assassinos. Podemos ir mais longe e defender que aquele que mata por instinto é o mais sensato dos assassinos, porque é aquele que age segundo o senso comum, em detrimento das “ordens” que recebe e simplesmente ignora. Condena-nos aquele, que nos “contratou” para cometer um crime. Os conceitos de nato e inato cruzam-se aqui e até se confundem, mas são ambos reflexos da mesma dimensão: Uma existência humana completamente descontrolada.
Que valores são estes que nos destroem?
Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

segunda-feira, 17 de março de 2008

A Estrada que não existe.



No calor de uma noite de verão,
De rostos iluminados,
Dourados por candelabros,
Escuto os ensinamentos,
Antigos ditados,
Ditos por homens velhos
Que censuram os tempos e
Adestram acerca das estrelas.
Numa busca de sensações,
Guardo as horas vagarosas
E a chama daqueles corações
Que me fizeram compreender
A Estrada que não existe.

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

domingo, 16 de março de 2008

Knocking on Heaven´s Doors




Uma fechadura ferrugenta pode abrir o mais frio dos corações, pode ser o click sobre a liberdade, o caminho da oportunidade e o horizonte para o mais maravilhoso dos sonhos. Muitos a tentaram abrir, nem todos conseguiram. Assim se deteriorou. A fechadura enferrujou-se e enferrujou corações e mentes, mas fez rejuvenescer todos aqueles que foram sábios o suficiente para lhe dar mais valor, sabendo porque havia enferrujado. Todos viram a fechadura, mas alguns nunca encontraram a chave...

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

quarta-feira, 12 de março de 2008

Sound


Nas cordas da minha guitarra

não estão só os meus dedos,

estão vida,

amor vivido que escondo em segredo,

se um dia aprendesse a falar o que ela diria,
contaria um pecado como eu canto agora sozinha este fado.
Texto: Autor desconhecido
Foto: Cláudia Silva

domingo, 9 de março de 2008

I’ve got another confession, my friend!


Continuamos a postar as nossas benditas fotos. Sempre lhes tentei dar um ar sério, pois era o nosso objectivo inicial. Mas vejo a minha pessoa exposta neste blogue de mil maneiras; bêbeda, a levar com seringas nas nádegas e coisa e tal. Então vou falar do meu companheiro de equipa. CARLOS! Esse rapaz que gosta de ter ideias a levar com lâmpadas na testa, sim ele não cai em cima delas, ele gosta de se flagelar de vez em quando! Mesmo por isso decidi mostrar-vos o momento em que ele se tenta suicidar para obter uma ideiazinha meramente interessante. Consegui gravar esse momento para a eternidade… o génio nem sempre trabalha com os mesmos objectos, há que variar e o Carlos é um rapaz muito “variado”, variado das ideias…sim porque jamais me vou esquecer como ele olhou para aquela aranha amarela com ar de guloso, enquanto esfregava as mãos com louro! Fogo! Depois de eu ter assistido a todo este filme, ameaçou-me e apontou-me a pistola à cabeça… o resto fica ao vosso critério!
Texto: Cláudia Silva
Foto: Cláudia Silva

A Ovelha pisou o Ovo e a Pedra! Méééééé!



Engraçada esta vida...o tempo passa por nós e não o sentimos...Uma vez ou outra notamos diferenças, quer em nós, quer naquilo que nos rodeia. Lembro-me de ser puto! Aquilo que julgara enorme na altura, parece-me agora pequeno e inútil. Podemos justificar isto com a velha questão das proporções, mas não creio que possa ser assim justificado. Ao longo dos anos perdemos sensibilidade e jamais recuperamos o ingénuo olhar de criança, nunca mais saberemos o que é a verdade...porque as coisas simples são mesmo as mais importantes, e delas nem damos conta. Ou então tenho uma visão completamente alienada e tenho que continuar a mudar torneiras...Secalhar é mesmo como diz a cláudia, tudo uma questão de perspectiva!

Apesar de tudo sou feliz, tenho um blog! :D

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

Tudo começou...há um tempo atrás!



Já aqui falámos anteriormente dos vícios que atormentavam a vida de cláudia...Hoje vamos explorar o seu intolerável e sujo universo, revelando segredos que podem atormentar tanto como a descoberta dos mistérios do Santo Graal. Actualmente, Cláudia é feliz, tem um blog, um computador com Internet e tudo...Mas nem sempre assim foi...

Tudo começou quando Cláudia tinha 6 anos. Certo dia, sua mãe levou-a ao centro de saúde de Caféde para levar a vacina contra as borbulhas que nascem nas nádegas. Adorou a experiência e ficou viciada em seringas. Passou a sonhar com ovelhas todas as noites.

(Jamais usou clearasil)

O alcool foi a alternativa, que encontrou aos dias de agonia e desespero. Tornou-se viciada em água das pedras (Um dia alguém lhe dissera que era o remédio para os seus maiores males). Cada Embriaguez psicológica destruia mais e mais o se cérebro, contudo, acerca disso ela apenas se pronunciava, dizendo: "Dói-me o fígado".

Hoje é feliz, tem um blog!

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Carlos Rodrigues

Evolução


Evolução?

Depende da perspectiva!
Texto: Cláudia Silva
Foto: Cláudia Silva

Chegou a Primavera!


"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira"

Che Guevara


Foto: Cláudia Silva

sábado, 8 de março de 2008

Stoned Sheep



Cláudia sonhava que era perseguida por uma ovelha tresmalhada...Havia sido encontada a um canto de uma WC pública, sendo levada para o hospital mais próximo...Consumia heroína desde os 6 anos...Naquele dia acordou de um coma profundo e disse: "Quero fazer um blog!"

Carlos mudava lâmpadas no hospital há uns anos. Apesar da monotonia, gostava daquilo que fazia. Contudo, aquele dia iria mudar para sempre a sua vida..Mudava a lâmpada de um dos quartos quando viu uma paciente a acordar do coma. O espanto foi tal que se estatelou no chão, espetando uma lâmpada na testa. Exclamou: "Tive uma ideia"

Foi assim que duas pessoas uniram esforços em torno de um objectivo.

A verdade é que nunca souberam o que era um blog...Mas acharam piada à ideia.

Compraram um computador, com Internet e tudo.

Assim nasceu o Stoned Sheep. Mééééééée...

(actualmente Cláudia só consome drogas leves e Carlos muda torneiras em bares de alterne)



Texto: Carlos Rodrigues & Cláudia Silva