quinta-feira, 9 de abril de 2009

Hóstia de Cocaína

Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo, Amen
O Velho Padre acabara de pronunciar tais palavras diante dos seus servos, de Costas viradas para a representação do Seu Deus Crucificado por cima dum grandioso órgão de tubos. Ouviram-se tiros e vários gritos fora da paróquia. O uníssono de espanto depressa deu lugar a uma indiferença por parte da plateia. Mais um ou outro que perdeu a vida lá fora…A ambulância chegaria lá num ápice, meia dúzia de investigações precederiam a autópsia, numas horas o corpo estaria na morgue ali bem perto.
A missa Dominical chegara ao fim. Uma mulher jovem, mas bastante envelhecida acompanhou o padre a uma sala lateral da igreja. A mulher vestia uma saia preta curta e uma camisa justa que seguia a cor dos seus lábios borrados. Tinha três dentes, dois podres e um de ouro. Caminhava transviada atrás do pároco.
“Outra vez bêbeda”, Foi a constatação proferida pelo homem assim que se sentou na poltrona da sua ala particular. O Padre mantinha uma postura elegante e falava serena e sobriamente, virtudes adquiridas ao longo dos muitos anos ao serviço da instituição. A mulher sentou-se numa cadeira que ficava de fronte da janela e olhou para o exterior, fingindo ignorar o Padre. “Abre essa gaveta” apontou o prior para uma escrivaninha que ladeava a prostituta desnorteada. A atenção da mulher pareceu ter sido irritada, e com algum anseio tocou no puxador da gaveta de pinho exemplarmente polida. Os seus olhos arregalaram-se. “Pensei que querias as hóstias para as tuas viúvas”, Atacou a mulher. Dentro de saco de plástico estava um saco que continha cerca de cem gramas de cocaína e um maço de notas preso por um elástico.
O sacerdote levantou-se e cuspiu para cima da rameira, “àgua Benta”, pronunciou enojado e fodeu-a na cadeira durante fartos minutos, depois obrigou-a a beber vinho e a consumir cocaína até que ela desprezasse cada um dos seus sentidos. Pela Madrugada levou-a nos braços, conduziu o seu Mercedes Benz preto até á paragem de autocarro mais próxima, tirou-lhe as chaves de casa da mala e deitou-a sozinha com o seu novo dia.
Bebeu uns tragos de Jack Daniels que acarreava no seu porta-luvas e acelerou o tocar dos sinos de uma noite trágica. Parou em frente a uma pequena, poeirenta, e abandonada casa nos arrabaldes da vila. O dia não tardaria a nascer, mas a madrugada nunca fora tão silenciosa como no instante em que ele rodou a chave na fechadura da porta de madeira velha. Não acendeu as luzes, Entrou na primeira porta que palpou à sua direita. Na cama dormia uma pequena menina loira de olhos cor de avelã. Na cabeceira o candeeiro alumiava o rosto níveo da menina. O padre aproximou-se e passou os seus dedos pela face macia da mocinha. Ela acordou, Olhou para ele e meio ensonada exclamou com carinho “Pai…”, e ele tirou uma arma que escondia debaixo da batina e deu-lhe um tiro na testa. Suspirou e saiu para fora de casa, deixando a porta aberta.
“Sr. Padre, que se passou? Tem a batina manchada de sangue”. O homem nem reparou que o dia havia nascido, algumas pessoas vagueavam já pela rua. “Bom dia. Se não se importar lave-me a batina e apareça um pouco mais cedo na paróquia”, e deu-lha a batina sem que ela pudesse debuxar reacção. Enfiou-se dentro do carro e arrancou na direcção do centro da vila. A mulher Cheirou e inspirou o aroma da batina e nasceu-lhe um sorriso de satisfação na alma.
Alguns minutos depois, o padre estacionava o carro perto da Igreja. Entrou à pressa na cristandade e dirigiu-se à sua ala. “Que se passou aqui?”, perguntou uma freira que o olhou severamente mal o viu. Algumas garrafas de vinho estavam espalhadas pela sala, o saco de plástico com cocaína estava aberto em cima da escrivaninha e as mobílias estavam dispersas pela compartição. O homem voltou a tirar a sua pistola do bolso e estoirou a cabeça à pobre mulher que caiu redonda com o seu terço na mão.
O que se passou a seguir foi doentio. O padre despiu a freira, tirou uma faca de talhante que tinha num armário e cortou cada articulação da mulher. Camuflado de sangue pegou no telemóvel, digitou um número e falou: “Tenho aqui uma encomenda para venderes no mercado, estás interessado?”…Depois fritou as bochechas da freira em azeite e comeu-as, acompanhadas com um bom vinho tinto.
No sino soaram nove badaladas. Faltava uma hora para a missa, a vila já se agitava e a batina não enxugaria a horas.

Texto: Carlos Rodrigues



*Peço desculpa se o texto apresentado feriu susceptibilidades, não foi nem nunca será intenção do Stoned Sheep. Acima de tudo preservamos a liberdade construtiva, isenta de tabús.
Obrigado

3 comentários:

Ema Carolina disse...

Credo !pah!
'ca raio de história maléfica saiu dessa cabeça!

Era um "doidivanas" esse padre! ahahahaha xD
a inpiração partiu de algum assalto que fizeste no omerta?!?
LOOOL

Manuel Valente disse...

A Ema tem razao pá... o omerta esta a dar-te a volta à cabeça! -)

The dark side is rising upon us

VitoCorleone disse...

Ahaha
Qualquer dia estaciono o meu Ford T na Ubi, entro na Parada com tommy Gun e faço la uma chacina!:P:P:P