terça-feira, 26 de maio de 2009

MIlhões de Frames por Segundo

Segundos antes daquilo ter acontecido, eu tinha prometido a mim mesmo que aquilo não aconteceria porque sabia que se acontecesse me poderia acontecer algo que seria causa irreversível daquele acontecimento. Três acontecimentos semelhantes, para não dizer iguais, aconteceram três, Sete e Catorze semanas atrás, numa cronologia de acontecimentos que não foram mais de três: três, sete e catorze semanas anteriores. 21 Dias, 49 Dias e 98 Dias respectivos às gavetas temporais que gostamos de chamar de semanas. Ora se uma gaveta tem a papelada de sete dias, a gaveta do mês alberga quatro subcategorias que aclamamos de semanas. E a gaveta dos séculos alberga décadas, anos, meses enquanto se alberga nos milénios e por ai fora. Com tantas gavetas é normal o arquivo não apresentar melhor organização, pois bem se uma gaveta média de um mês tem 30 papéis, não tem lógica algumas gavetas apresentarem valores superiores ou inferiores, que tenham todas o mesmo. Por essa lógica a ultima vez que eu havia cometido tal crime fora há Três semanas, a penúltima há um mês e 19 dias e a primeira há 3 Meses e Oito Dias, Estes dados não são precisos, mas para isso teríamos que trabalhar com os minutos, segundos, milésimas, que são as porcas e os pequenos parafusos que se encontram em qualquer gaveta. Eu tinha nome, mas nunca o soube de cor, e apenas em raros momentos de memória suprema me reconhecia naquilo que me chamavam, Pelo sim, pelo não, respondia cada vez que ouvia um nome próprio. Depois do que aconteceu, não voltei a lembrar-me do nome, “Ainda bem” Pensei. Sendo assim não tive remorsos, não sabia a minha identidade, mesmo que me culpassem, sentia-me inocente, não perante o mundo, mas perante eu próprio. Mesmo sabendo que jurara que aquilo não aconteceria, ou melhor que não voltaria a acontecer, eu senti-me bem depois de fazer com que acontecesse, porque pela primeira vez desejei mesmo não saber o meu nome.
“…12, 13, 14, 15, 16…” Alguém interrompeu a minha contagem
“Que contas tu Sujeito, as Grades?”
“Não Sr. Policia, Conto os intervalos entre as grades” Respondi


Texto: Carlos Rodrigues

1 comentário:

Nome de código: "Vaat 69" disse...

Queres uma opinião crítica construtiva?
Pois bem, essa imprecisão de datas e o aglomerado de gavetas com o raio da papelada toda e as porcas e parafusos adjacentes fizeram tal confusão na minha cabeça (já de si cansada de nascença) que se me fez soltar um sonoro sibilar que se pareceu com alguma coisa do tipo "isto é de génio!" mas prontamente verifiquei que esta barbaridade genial de comparações e metáforas tinha sido escrita por um génio.

Em jeito de conclusão inconclusiva, e não querendo aumentar mais o ego da pessoa em questão, remato para golo a única frase profunda que se me ocorre neste preciso momento: "Esta merda é genial!"... PUM! sou rebelde, escrevi uma asneira.