sábado, 1 de agosto de 2009

Pensamentos Profundos à Superfície – parte II de uma trilogia de IV

Tenham, por obséquio, a bondade de fechar os olhos e imaginarem comigo… (para quem fechou realmente os olhos vai com certeza ser mais difícil imaginar coisa alguma, mas podem sempre pedir a alguém que leia em voz alta).

Peço-vos para se imaginarem na pele dos pobres “avatares” do jogo de computador “Second Life” que, para quem não sabe, é um jogo que simula a vida real e cada um dos jogadores é representado por um boneco virtual chamado “avatar”.

Pois bem, estou-vos a pedir para se colocarem por instantes na pele do boneco virtual e imaginarem esse mundo como sendo o mundo real com casas, empregos, famílias, lojas, destinos, farmácias, concertos, praias, etc… e pegando na parte dos destinos, imaginem a vossa vida controlada por um “nerd” qualquer sem vida social, seboso e adepto da famigerada comida rápida (ou “fast food”, para compreensão geral) que traça a vossa vida a seu belo prazer sem o vosso conhecimento. Imaginem que acordam um dia com um humor estranho e que entram numa escola pública e desatam aos tiros de caçadeira, ou que saem nus de casa e correm rua abaixo a exigir a libertação da libelinha afegã, sem nunca se aperceberem que estão simplesmente a ser alvo da frustração desse tal “nerd qualquer” pelo facto do seu hambúrguer, recentemente encomendado, servir de habitáculo a uma viscosa e suculenta minhoca, vingando-se em vós apenas como forma de descompressão de energias.

Para aqueles “chicos espertos” que decerto estarão a pensar: “Eu já tinha imaginado isto a acontecer” tenho pois outra proposta. Fechem os olhos e imaginem o deus do mundo virtual, o ser que nunca aparece mas que nós sabemos que está presente. Tenho para mim que esse deus é controlado pelo criador e programador do videojogo, sendo o seu filho herdeiro, o Jesus do jogo, que morreu, ao ser despedido da empresa e ressuscitou 3 dias depois devido à promoção de um novo vice-presidente. Imaginemos também os génios virtuais, como os Picassos e Pessoas e Da Vincis. Eram certamente controlados por “nerds hackers” que se socorriam de “cheats” ou programas maliciosos para se destacarem dos demais.

Musica de fundo em crescendo, ambiente dramático instalado, entra o genérico final e corta! Próxima cena...bem haja!

Texto: Manuel Valente

5 comentários:

Wow this is a third Life...Oh no it´s just a...Sheep! disse...

Vê o filme "Ben X" e depois me dirás o que achaste ;)
Muito Bom o post!

Manuel Valente disse...

Acabei agora de ver o trailer do filme e agradeço desde já a sugestão, mas só para esclarecimento geral gostaria de usufruir da palavra e dizer que não sou viciado em jogos de computador. Para o comprovar afirmo prentoriamente que só joguei o jogo Second Life duas vezes... a primeira e última. Passo a explicar a razão de tal afirmação: após voar um par de minutos com o meu boneco "virtual" por entre árvores e outros super-homens, brincando alegremente como um miúdo de 4 anos, decidi explorar o ambiente circundante e entrei no primeiro edifício que vislumbrei quando de repente me vejo na pista de dança de uma das melhores (presumo eu) discotecas virtuais do jogo a tentar dançar, pressionando uma estranha combinação de teclas que faziam o meu boneco rodar sobre si mesmo e abanar os braços como quem tivesse a pedir socorro em pleno mar alto. Deu-me uma inexplicável e repentina sensação de isolamento e solidão que me fez desinstalar o jogo e correr para a discoteca "real" mais próxima de modo a pôr em prática as danças que tinha visto no mundo "virtual", sendo obviamente alvo de chacota por parte de quem me estava a ver fazer tais figuras. Ao sair da discoteca esbocei um sorriso e reparei com agrado que a barra que mede o nível de sociabilidade tinha atingido o máximo. Dirigi-me a casa, deitei-me, e carreguei na tecla F3 para o tempo andar mais rápido e assim reduzir a barra de fadiga do Sims mais popular do bairro, eu.

Desliguei o computador e, com uma sensação de dever cumprido, apaguei a luz.

annie disse...

Que viagem :0
NÃO FORNEÇAM MAIS OPIUM A ESTE HOMEM, PLEASE!!
Para mim, não foste para nenhuma discuteca real, nem do sofá saiste!
Haha

GOstei mto deste teu comentario.

JVA disse...

Bom pensamento, eles quando chegam, chegam ahahah ;) esta bem pensado, isto e preciso ter paciência para pensar nestas coisas, eu que o diga que as vezes também as penso mas não as digo! Tens de experimentar com 6 ou 12 cervejas no bucho, flui mais rapido o pensamento! Abraço.

Manuel Valente disse...

brigado pelos comentarios amigos e amigas.

como resposta começo por dizer que o filme Ben X merece a pena ser visto, o opium só estimula cérebros que ainda tenham alguma coisa por espremer, a cerveja não faz fluir os pensamentos...só os retrasa (ainda mais).

qual é coisa qual é ela,
proibida de usar,
deita um cheiro a rosmaninho,
ficas logo a flutuar.