Transcrevendo as palavras do dicionário de língua portuguesa, o racionalismo “é a doutrina que afirma a razão”, a razão “é a faculdade de raciocinar (…) justiça; bom senso…”. Ora se assim é, estas designações dissociam-se do dogmatismo referente à “verdade”( passo a redundância) . Segundo a mesma fonte, a verdade “ é a conformidade entre o pensamento ou a sua expressão e o objecto de pensamento (…) realidade…” faço questão de repetir “REALIDADE”. Brota da minha cabeça um pensamento que me faz questionar até que ponto, nós, seres humanos vivemos na utópica verdade que é nossa, sem que esta seja manifestamente a realidade incontestável, pleonástico pensar que mais me aflige quando verifico que cada sociedade acarreta cânones irrefutáveis segundo a sua própria natureza e ao mesmo tempo tão ridículos à vista de outrem. A adopção de várias ideologias antitéticas, considerando cada uma das quais como “razoável”, consoante a cultura em que se insere, não só é possível, como é frequente, contudo afirmar que todas estas são “verdadeiras”, parece-me absurdo. A fragmentação cultural, numa era marcada pelo fenómeno “Aldeia Global” , é a prova de que o Humano é um ser carente de coerência e auto-estima que faz das “diferenças sociais” uma constante arma de arremesso e auto-destruição. É o “chamado” (falso) racionalismo que nos leva à intolerância e nunca nos faz chegar à verdade, por força da subsistência de padrões vincados nos núcleos sociais e da posição de repulsa desses em relação aos demais. Não quero parecer (nem sou) um defensor anarquista, antes pelo contrário, defendo a imposição de regras de cariz indispensável, mas condeno piamente politicas baseadas em “interesseirismos”, “Anti- Democraticismos” e “Radicalismos”. E é isso que nos separa da realidade – a única verdade, aquela que deveria ser partilhada por cada um de nós, e que nunca existiu. Oxalá a “inventem”.
Texto: Carlos Rodrigues
quinta-feira, 23 de julho de 2009
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